segunda-feira, 25 de junho de 2012

TEMPO


Nem mais, nem menos
O exato momento entre o sentir e o não sentir
Uma verdade contida por traz de uma mentira verdadeira
O reverso e o verso
As areias do tempo que correm
Ampulheta de minha breve vida
Grão em movimento, carregando alento
Carregando dor e amor
O mais sempre é menos
Cara e coroa em movimento
Giro e tormenta
Assim é a breve vida contida na ampulheta
Limitado espaço, infinito eu
Jarro do tempo contendo vida breve e infinita areia
Infinita dor e breve amor
Verso e reverso de ambos
Hora cara outra coroa
As areias do tempo
Nem mais, nem menos
Só o giro do tempo.

MEDO


Por alguns segundos
Como que um raio, a tristeza tocou-me
O coração apertou, o ar faltou aos pulmões
Era o medo...
O desconhecido medo, aterrador
Sombrio, meu peito jubiloso parou
Uma lágrima correu e tocou o solo
Solo trêmulo, partido, sulcado...
Sabor de medo, medo da alma.
Da carne.
Medo de teus olhos não contemplarem os meus
De meu sorriso não receber o sorriso teu.
Respirei fundo e sorri
A lágrima enxuguei e segui.

terça-feira, 19 de junho de 2012

DIA DE CHUVA


Abri minha janela
O sol queimou minha face, sorri...
Respirei fundo, o ar aqueceu meus pulmões
Vesti-me de verão e saí...
O tempo fechou e o sol então chorou...
Sorri, senti o cheiro de terra molhada
As lágrimas doces percorreram meu corpo
E como em um abraço nos aconchegamos
Nos entre olhamos e dançamos...
O sol sorriu e suavemente
Queimou nossa pele.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

REFLEXO


Serei o seu céu e você será o meu chão
Estenderei meus braços e você os seus
Ataremos nossas mãos...
Você então poderá voar apoiado em mim
E eu poderei sentir o solo apoiado em você
A brisa tocará sua face
E a terra tocará meus dedos
O etéreo e o físico unidos
Entrelaçados e fixados
União dual, opostas e complementares
Arremessarei você ao alto para que vejas o que vejo
E você atrairá-me como a gravidade
Para que eu possa... sentir o que é ter raízes
O céu tocará o solo
O solo tocará o céu
Fecundos, atados... produzirão vida.