domingo, 14 de agosto de 2011

PARALISIA


Haverá dias em que a tristeza em teu coração será tão grande, que a própria tristeza o abandonará. As lágrimas não sulcaram tua face, por temerem o que ocultas por trás de teu sorriso.

A dor será tão insuportável que os espasmos musculares simplesmente não existiram, a agonia em tua alma alcançará níveis jamais imagináveis pelo homem ou sentido por alguém. A morte lhe soará tão propícia mas os Ceifeiros não estaram ao teu lado, passaram caminhando olhando tua alma e a desprezaram.

O sol jamais poderá iluminá-lo nesses dias, pois a sombra que o circunda é tão espessa que a luz não será forte o suficiente para rompê-la e nesses dias quando teu coração dilacerado sentir vontade de gritar, sufocado será pela tristeza que nele já não habitas.


Teu sorriso enganará a muitos, tua felicidade jamais serás questionada, mas teu coração estará a sangrar, sangue negro que verte da ferida aberta, exposta. As lágrimas que tanto anseias e que por temor não vertem estamparam em teu olhar um falso brilho de felicidade.

Ah! Falso brilho que alegrias causas nos outros, mas tece em tu mesmo a teia sufocante e dilacerante de tua própria alma, alma escurecida embevecida em lamento, tormento e sangue.

Lábios nenhum serão capazes de retirar o amargor que carregas em teus próprios, os ímpios o olharam e o desprezo deles será visível, mas tu não sentirás nada, a época de sentir já passou, o vertente negro apagou toda a era de sentimento, somente dor e agonia...

E os olhos que buscas não contemplam como querias, os lábios que anseias, saciam outros lábios e a morte lhe fita com o sorriso sarcástico, como que apreciando sua inexistência e impotência perante o destino que lhe é dado.

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