quinta-feira, 30 de maio de 2013

CATABASIS



A tempo espero-te
Não como um passageiro, não...
Tempo demais creio eu...
Tempo decorrido nessa imensa jornada
Profunda e adormecida jornada.
Consumindo a mim
Como a um ouroboro,
Círculo infinito de consumo e reconsumo
Espera contínua...
Adormecido já não sei sentir
A jornada paralisa e deixa inerte
Sentimentos estagnados influem a mim
E de mim não fluem a ninguém...
A jornada de espera, no peito como círculo
Dentro, fundo, cavando a escuridão, espero.
Dormente como a semente que germina no verão
Assim sou eu em pleno inverno, inferno
Espera que já hoje não se faz momento

Apenas eu em pleno tormento
Sem forças talvez para desabrochar,
Apenas lamento tua ausência.

terça-feira, 7 de maio de 2013

CÁLIDO



A lágrima que fende meu sorriso
Não circunda meu presente
Ferido o sorriso desabrocha cálido
Salgado, fendido, ainda assim sorriso
Ferido não pelo presente, mas sim...
A lágrima salobra, viscosa, acetosa.
A ferida fervilha nos lábios
E o sorriso fendido, reverbera o decorrido
Finda a fenda.
O sorriso renasce no olhar
A lágrima escorre esvaisse, cai
E o peito fende...