terça-feira, 22 de março de 2011

CAMINHOS HOSTIS


Muitas vezes caminhei sem destino
Ainda sinto meus sonhos doerem
Incapaz de parar caminhei sem cessar
Cavalguei o tempo seguindo o destino, que destino?
Onde passei cravei raízes que arrancadas sangraram
Nada é suficiente, nada é eterno, somente o caminhar
Caminhei soturnamente, embevecido pelo tempo
Rompi a existência e ao abismo cheguei
Imponente a minha frente, saltei
Somente isso, saltei; não caminho
Torrentes e rajadas de ventos meu corpo suportou
Indo ao fundo o impacto, meu corpo...
Acalentado pelo vento no fundo abismo
Nem destino, nem sonhos
O caminho cessou, o sonho cessou
Descanso e destino
Enfim o encontrei, não o destino nem o descanso
Somente o fundo do frio abismo
Onde o tempo para e o vento sopra
Ungindo meu corpo com sombras hostis
Zombando de minha cruel caminhada
Agonia sem fim...

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