domingo, 15 de julho de 2012

LÔBREGO




Os sonhos que minha mente trilhou
Hoje desgarrados vagueiam
Sem sentido, sem luz
O brilho que outrora guiava
Hoje cegam os olhos lôbregos
A pedra de meu peito, fatiada em pétalas
Esculpida em lágrimas vascas
Os sonhos escorridos pelos veios
Tocando o solo infértil de meu corpo
Pântano ansioso, jazido de sonhos
Verdade de minha alma
Vazia e populosa
Sonhos desgarrados, orates
Aríete de minha mente
Escultor de almas
Jazido profundo que meu peito lavra.

terça-feira, 3 de julho de 2012

AÇOITE



O céu em tempestade fez-se
Arremessado aos ventos
Açoitado pelos raios
O corpo vazio...
Bramido de trovões
Aturdido, azoado
Giros heliocêntricos e meu corpo...
Repleto de agouros
Estilhaçado em lâminas invisíveis
O bramido estentóreo
Ingente reverbera
O corpo estático, intacto
A alma gélida, intacta
E o peito..., vazio
Partido, arremessado, estilhaçado
Ele...

domingo, 1 de julho de 2012

FIM



A lua que meu mundo circunda
A areia do tempo que a tudo inunda
Sorrateira, ilumina a penumbra alheia
Que a areia do tempo jaz sorrateira
O sonho infértil em terreno árido
A alma seca, retorcida no campanário
A lua não ilumina a areia não inunda
A dor no peito que jaz fecunda
A lágrima que não vê
O olhar que não sente
A areia inunda a luz da lua
A alva flor nasce da areia árida
O sonho definha do peito infértil
Os sulcos que a lua fita
Valas vermelhas em prados ressequidos
A lua que meu mundo circunda
A areia do tempo que da mão escorre
Turva a visão que meu peito sonha
A penumbra alheia hoje minha
Jazido de bronze, urna fria.