A lua que meu mundo circunda
A areia do tempo que a tudo inunda
Sorrateira, ilumina a penumbra alheia
Que a areia do tempo jaz sorrateira
O sonho infértil em terreno árido
A alma seca, retorcida no campanário
A lua não ilumina a areia não inunda
A dor no peito que jaz fecunda
A lágrima que não vê
O olhar que não sente
A areia inunda a luz da lua
A alva flor nasce da areia árida
O sonho definha do peito infértil
Os sulcos que a lua fita
Valas vermelhas em prados ressequidos
A lua que meu mundo circunda
A areia do tempo que da mão escorre
Turva a visão que meu peito sonha
A penumbra alheia hoje minha
Jazido de bronze, urna fria.


Nenhum comentário:
Postar um comentário