quinta-feira, 3 de julho de 2014
DESFECHO
A densa névoa hoje ofusca minha visão.
Perdido meus passos ziguezagueiam.
O ar pesado não me chega aos pulmões
E pensar que a quatro dias, teu sorriso iluminou-me,
Tuas doces palavras afagaram meus ouvidos.
E um carinho imenso inundou meu ser.
Agora, a noite cai lentamente,
O vento frio corta o ar.
Os sonhos como fumaça aos poucos desaparecem.
A névoa chega, e não sou mais eu.
Sem sorrisos largos,
Sem conversas longas,
Sem abraços imaginários.
Apenas uma leve e triste incerteza,
Que aos poucos rodeia, aproxima-se,
Abraça-me como uma antiga amiga
Levando-me até o centro dessa solidão.
CORAÇÕES SUFOCADOS
As noites são longas para os corações.
Corações que anseiam, desejam.
Frio é o toque da noite em nossas faces
Incomodo é seu toque
O corpo retraído nessa noite longa e fria
Corações apertados, sufocados
Ansiando calor, toque, amor
Mares de rosas transformados em oceanos de espinhos
Retraído, apertado, sufocado.
O corpo em posição fetal
A mente em delírio deseja,
O coração deseja...
A mão estendida quase não o toca
Não o toque da noite, mas o do amor
Amor de dois corações sufocados
Em noites frias de longos toques.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Conversas Divinas
Entre fogos e quentão,
Dos quais não os vi e nem provei.
Entre João e Antônio,
Que em conversas longas conheci.
De promessas divinas
A contos pagãos
Um doce sorriso vislumbrei na multidão.
Tal como o sol, terno e quente.
Dissipando a escuridão,
Que outrora meu peito habitava.
Conversas longas e digitais,
Sem tato, apenas imagens e caracteres.
Sonhos de menino em corações de homens.
Assim são as promessas de Antônio.
Assim são as promessas de João.
Tudo é festa e surpresa
No peito que almeja repousar.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
CÉU SULFERINO
Navegando entre bytes e bits
Nesse oceano de inconstância
Minha barca tecida de sonhos
Com velas de teias, orientada por ventos sombrios...
"- Terra a vista!!!!!!!!!!"
E naquele sítio cibernético o avistei
Ao longe nada demais, uma leve luz apenas
Luz que aos poucos fez o céu amanhecer
Os ventos cessaram e lentamente aportei
Olhos reluzentes que aos poucos
A mais bela Aurora austral fez corar.
E o céu de um azul sulferino preencheu
E o belo sorriso fez o horizonte curvar-se como extremo.
Aportei, desembarquei-me e nada mais foi como antes.
Terra firme, novas cores, novas experiências..
E porque não, novas incertezas.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
ASCENSÃO
Ali, agarrado a um último fio de esperança
Em pleno desespero, esperneando.
Sufocado, agarrado ao passado
Sem chances, sem destino
Não há fuga, não há retorno
Apenas o desespero da queda
A mão desliza pelo fio tênue
Aproximando-o de seu fim
A agonia bate, debate, chora...
Os músculos retesam, gritam, fadigam
O esforço é intenso, monstruoso
E no suspiro final seu corpo lançado
Caindo, caindo, fluindo, fluindo
Entrega-se ao fundo e oculto
Abismo de amor.
Sorri...
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
FEBRE
Sentado, imóvel à beira do penhasco
Meu rosto queima ao sol
A brisa salgada beija minha pele
Imóvel, meus olhos contemplam
E por estarem ali, brilham
Minha mente devaneia
Meu peito infla de coisas
Coisas boas e tortas
Felizes e infinitas
Meu pulso acelera, fecho os olhos
Sinto, sinto forte a febre que queima
Febre que não pode ser medida
Nem nos lábios, nem na pele
Febre que queima e afaga
E o pulso que acalma
Tambor da vida pulsante
Febre que o devora
Sorriso que aflora
Assim sou eu,
Sentado, imóvel a beira do penhasco
Pensando em ti.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Alma
Deitado vi minha alma
Alma de muitas formas
Alma de afeto
Alma adormecida
Alma livre
Alma pura
Deitado vi minha alma
Olhos cerrados e peito aberto
Muitas formas possui minha alma
Vazia, incompreendida
Afável e sem afeto
Lindamente presa a esperanças
Tingida pelo ego
Alma escura
Alma fria
Alma, alma, alma...
Etérea e intocável alma
Alma que anseia
Dividir-se, compartilhar, unificar...
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Espera
Tem dias que é assim, o sol raia no horizonte,
Despertando a alma sonhadora.
Incomodada, vira-se pro outro lado querendo ainda sonhar
Já não há mais tempo e forçada abre os olhos.
Olha ao redor e vê seu sonho desvanecer,
Com suas mãos inutilmente tenta agarrá-los.
Eles vão a alma fica, retina na realidade.
Realidade, verdade da alma.
Olhando ao redor sem sonhos, sem teu rosto.
Tudo é meio triste, meio vago.
Vazio e com o passar dos dias a alma se aquieta.
Sentada na varanda ansiosa, espera pacientemente.
Um sorriso, um olhar nada mais, espera
E quando já não há esperança
O sol poente vem mostrar que novamente é hora de sonhar.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Sensações
A imagem de tua partida é triste
Falta-me o ar, o chão
Lembro-me dos segundos antes
Aqueles breves segundos
Em que os sorrisos iluminavam a sala
As conversas eram doces burburinhos
O afeto reinava...
A imagem de tua partida é triste
Sensação de não vê-lo mais
De ser um último adeus.
E lembro-me de outras partidas
De sentir menos intenso essas emoções
Lembro-me também de seu retorno
E de novos sorrisos e burburinhos
Da conversa fiada, trivialidades
Da espera, da catarse...
Partida, chegada,
Sorrisos e um leve vazio.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Pecados Íntimos
Pecados que me rodeiam
Fazendo de ti meu doce desejo
Intimamente envolto em teu sorriso
Meiguice que silencia ao olhar
Meu corpo pesando sobre o teu
Sonhos concretizados
Seu corpo sobre o meu
Visão divina, teu sorriso
O cabelo que balança ao movimento
Pecados que nos rodeiam
Intimamente entrelaçados
No doce toque dos dedos
No quente toque de teus lábios
Os sonhos que silenciam
A realidade que precipita-se
Sorrisos, olhares, desejos...
Apenas meu e teu
São nossos pecados íntimos.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
VEJO
Te vejo, te sinto, devoro-te
Sabor único, sabor de vida
Com meus olhos devoro-te
Meus ouvidos, meu tato, minha mente
Devoram, devoram os sonhos, a alma...
Te vejo, e devorando-te eu me perco
Perdido sem rumo, encontro-me em ti
E nesse reencontro, renascimento
Perder, encontrar, renascer
Absorver teu abraço
Cegar com teu sorriso
Morrer e renascer, contextos distintos
Uníssono no peito, no leito
Entrelaçado, renascimento
Perda e ganho assim é
Te vejo...
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Fascínio Noturno
Assim como a lua surge imponente,
Afastando as trevas.
Seu sorriso como tal iluminou a noite.
Os sons harmoniosos, sinfonia tornaram-se
E do mais doce sereno os lábios saciaram sua sede
Doce era o encanto que tu, como a lua
Fascínio noturno, luz e escuridão
Um balé envolto em ternura,
Desvenda a lua luminífera
Percorrendo campos, afagando o tempo
Imóvel, imutável...
Alienando-se ao que é atemporal
Tal como a lua, tu és.
Acalenta a noite fria
E dos sonhos traz a realidade
Não é dia, nem tão pouco noite
É a aurora que precipita-se
Trazendo Hélios e afagando Selene
Os sonhos difusos e distorcidos retornam
E seu sorriso esvai-se aos poucos
Deixando o doce e sereno perfume em meu corpo.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
É HORA
É hora...
Não sei por quê? Nem sei dizer.
Já faz tempo e a tempo espero a hora.
Seu sorriso se foi, seus olhos se fecharam.
Sua voz silenciou, nem seus dedos falam mais comigo.
É hora...
Não sei por quê? Nem sei o quê?
Culpa minha? Culpa sua? Culpa nossa.
O peito lamenta, a dor espreita e a cabeça gira.
Sem pensar vi a hora, ela se fez e te levou embora.
É hora...
Não sei por quê? Mas é o momento.
Levantar, olhar, sorrir e caminhar.
Sem dor, sem lamento a culpa é nossa.
Não nos dedicamos o suficiente.
Lamentamos agora, é hora...
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
CORAÇÃO TORTO
E um dia o coração se quebra... e acaba consertando-se torto.
Vc acha que é normal os novos sentimentos tortos,
E então... tudo endurece e o coração torto cicatriza.
E cheio de sentimentos tortos se harmoniza,
Rangendo os dentes, pulsando torto.
Tudo é frio e normal para quem tem coração torto.
Nada mais...
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Amor
Amor que arde,
Amor que corrompe,
Amor que inebria,
Amor que ofusca.
Ah, o amor...
Amor que prende,
Amor que enlouquece,
Amor que furta,
Amor que dói.
Ah, o amor...
Amor que sufoca,
Amor que devora,
Amor que ausenta,
Amor que atormenta.
Ah, o amor...
Não, a esse amor.
Amor que completa, caminha e sorri.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
A Vida
A vida esvai-se...
Não como ao toque da morte
Mas como folhas ao vento.
Cartas marcadas, tempo cíclico
Castelos que o mar levou
Pássaros em migração
Tempo abstrato vincado em papel
Corroída por traças vorazes
Impiedosa a vida esvai-se
O tempo dedicado, os sorrisos espontâneos
Tudo esvai-se
Não por querer, não por desejar
Simplesmente pelo tempo, ausência, saudade...
Como as areias do próprio tempo
A vida esvai-se...
Correndo entre os dedos, fugindo
Largando para traz o corpo, as folhas e os castelos...
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