domingo, 2 de dezembro de 2012

IDAS E VINDAS


Tua partida é como a chegada da noite
É como se a luz esvaísse
O sol poê-se no horizonte
Teu sorriso antes perto, distante agora
Em minha memória reside
O calor de teus braços que acalentava-me
Em meu corpo reside, memória
A cada partir um pouco de mim morre
Uma morte velada, silenciosa
E a cada Regresso. Ah! O regresso...
O dia rompe em delírios
E de teu sorriso o mundo se enche
Em teus braços renasço
E nesses ires e virdes
A vida renova-se e meu peito reverbera
Pleno por contigo estar e renascido por...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Giros do Acaso



Dia, dias e mais dias
Giro eterno, baile astral
União celestial
O sol encontra a lua,
A lua encontra o sol.
Errante vaguei dias afim
O sol me encontrou, a lua acalentou-me
Em teus braços a chama trêmula
Labareda ardente tornou-se
Teu sorriso o meu dia iluminou
E hoje dia após dia
Em um giro cósmico
Eu e sol, sol e eu
Seguimos tecendo novos dias
Novas histórias, novos eus.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ILUMINADO


Nada compara-se a teu sorriso
Iluminar as manhãs é teu dom
Mesmo na ausência, quando a distância reina
Fecho os olhos e vejo luz
A saudade dissipa-se como névoa ao sol
Sorriso que guia-me feito farol
Fazendo das noites turvas lampejos de glória
Aturde a escuridão do meu ser
Como o sol no amanhecer
E os dias passam-se, feito giros de uma roda cósmica
E o breve momento eterniza-se
Recarregando meu ser

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SULCOS



Hoje as lágrimas não rolam mais
Meu rosto antes encharcado
Pântano de um passado
Hoje é coberto de sulcos
Sulcos que direcionam as novas lágrimas
Não de dor, nem de sofrimento
Lágrimas de doçura de um novo eu
Que por pensar em ti os sulcos brotam
E desse momento mágico os sonham tocam
Sonhos que todos hão de ver
Que eu também tenho um belo sorriso
Para demonstrar dos sulcos
O mesmo belo sulco que você demonstra a mim.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

OLHAR


Tudo o que quero é ver...
Ver teus olhos abrirem-se
Ah!! Luz, linda e fantástica luz,
Luz de teus olhos a inundarem os meus
Amanhecer o dia e ver tua presença
Sentir teu cheiro, ver teu sorriso
Ser inundado por tua inocência
Ah!! Teus olhos.. doces amêndoas
Derramando luz e doçura
Fazendo do dia a mais linda pintura
Telégrafo da alma em doces piscadas
Caminho de leite e mel
Que faz dos dias dolorosos
Estrada para o Éden...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

TEMPO



As areias do tempo que hoje escorrem
São os anos que vivi sem ti
Anos que se passaram e aos poucos não os percebi
As areias do tempo que virão
Serão anos que espero viver contigo
Anos que virão e aos poucos desabrocharam
As areias do tempo que irrompem a aurora
São centelhas da alma que forjam o ser
Que gravam em pedra o sulco latente da vida
As areias do tempo que inundam o chão
São bençãos divinas como lágrimas angelicais
Lavando o corpo preenchendo os cantos do coração.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

LIBERTO




Rasgou-se o véu do tempo
Oraram os anjos
Deitado fitou a doce chuva
Rindo abraçou a relva e suspirou
Inerte tornou-se um com o tempo
Girou com o vento sul
Oraram os anjos,
Diante de tanta graça
Assumiu seu lugar
Saltou da inércia e transformou-se
Invadiu a si e ao tempo
Livrou-se das amarras
Valeu-se de tua glória e...
Alçou voo para a liberdade

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Louvor Matutino




Espero-te todos os dias de manhãzinha
Sorriso nos lábios, braços abertos
Incenso de hortelã, café de mãinha.

Orvalho nas folhas, aromas despertos
Espero-te todos os dias de manhãzinha
Regalo nas mãos, sorriso aberto.

Perfume de maçã, colo de Dindinha
Voando espertos os colibris
Dançando nas flores matutinas.

Espero-te todos os dias de manhãzinha
Eu sem você, você sem mim
Incenso de hortelã, oração de mãinha.


P.S. Inspiração canção da cantora Ceumar.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

???


Caminho sobre a areia
Meus pensamentos perdidos
O vento que meu cabelo acaricia
A areia que minha pele toca
Um grão, o vácuo e tudo fica claro
O espaço, os pensamentos..

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

DEVANEIO



A imagem que vejo
Pode ser o que desejo
Um semblante, uma miragem
O sol que minha mente corrompe
E pensamentos dissolve
A névoa que meus olhos turvam
Apenas luz que a meus olhos cegam
Um sorriso, um olhar
O céu azul que teu sol ilumina
A face corada da lua
Que em minha noite fascina
Nem sol, nem lua
Nem névoa, nem luz
Apenas sonhos...
Que minha mente em repouso
Insiste em irrogar a meu corpo inerte.

domingo, 15 de julho de 2012

LÔBREGO




Os sonhos que minha mente trilhou
Hoje desgarrados vagueiam
Sem sentido, sem luz
O brilho que outrora guiava
Hoje cegam os olhos lôbregos
A pedra de meu peito, fatiada em pétalas
Esculpida em lágrimas vascas
Os sonhos escorridos pelos veios
Tocando o solo infértil de meu corpo
Pântano ansioso, jazido de sonhos
Verdade de minha alma
Vazia e populosa
Sonhos desgarrados, orates
Aríete de minha mente
Escultor de almas
Jazido profundo que meu peito lavra.

terça-feira, 3 de julho de 2012

AÇOITE



O céu em tempestade fez-se
Arremessado aos ventos
Açoitado pelos raios
O corpo vazio...
Bramido de trovões
Aturdido, azoado
Giros heliocêntricos e meu corpo...
Repleto de agouros
Estilhaçado em lâminas invisíveis
O bramido estentóreo
Ingente reverbera
O corpo estático, intacto
A alma gélida, intacta
E o peito..., vazio
Partido, arremessado, estilhaçado
Ele...

domingo, 1 de julho de 2012

FIM



A lua que meu mundo circunda
A areia do tempo que a tudo inunda
Sorrateira, ilumina a penumbra alheia
Que a areia do tempo jaz sorrateira
O sonho infértil em terreno árido
A alma seca, retorcida no campanário
A lua não ilumina a areia não inunda
A dor no peito que jaz fecunda
A lágrima que não vê
O olhar que não sente
A areia inunda a luz da lua
A alva flor nasce da areia árida
O sonho definha do peito infértil
Os sulcos que a lua fita
Valas vermelhas em prados ressequidos
A lua que meu mundo circunda
A areia do tempo que da mão escorre
Turva a visão que meu peito sonha
A penumbra alheia hoje minha
Jazido de bronze, urna fria.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

TEMPO


Nem mais, nem menos
O exato momento entre o sentir e o não sentir
Uma verdade contida por traz de uma mentira verdadeira
O reverso e o verso
As areias do tempo que correm
Ampulheta de minha breve vida
Grão em movimento, carregando alento
Carregando dor e amor
O mais sempre é menos
Cara e coroa em movimento
Giro e tormenta
Assim é a breve vida contida na ampulheta
Limitado espaço, infinito eu
Jarro do tempo contendo vida breve e infinita areia
Infinita dor e breve amor
Verso e reverso de ambos
Hora cara outra coroa
As areias do tempo
Nem mais, nem menos
Só o giro do tempo.

MEDO


Por alguns segundos
Como que um raio, a tristeza tocou-me
O coração apertou, o ar faltou aos pulmões
Era o medo...
O desconhecido medo, aterrador
Sombrio, meu peito jubiloso parou
Uma lágrima correu e tocou o solo
Solo trêmulo, partido, sulcado...
Sabor de medo, medo da alma.
Da carne.
Medo de teus olhos não contemplarem os meus
De meu sorriso não receber o sorriso teu.
Respirei fundo e sorri
A lágrima enxuguei e segui.

terça-feira, 19 de junho de 2012

DIA DE CHUVA


Abri minha janela
O sol queimou minha face, sorri...
Respirei fundo, o ar aqueceu meus pulmões
Vesti-me de verão e saí...
O tempo fechou e o sol então chorou...
Sorri, senti o cheiro de terra molhada
As lágrimas doces percorreram meu corpo
E como em um abraço nos aconchegamos
Nos entre olhamos e dançamos...
O sol sorriu e suavemente
Queimou nossa pele.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

REFLEXO


Serei o seu céu e você será o meu chão
Estenderei meus braços e você os seus
Ataremos nossas mãos...
Você então poderá voar apoiado em mim
E eu poderei sentir o solo apoiado em você
A brisa tocará sua face
E a terra tocará meus dedos
O etéreo e o físico unidos
Entrelaçados e fixados
União dual, opostas e complementares
Arremessarei você ao alto para que vejas o que vejo
E você atrairá-me como a gravidade
Para que eu possa... sentir o que é ter raízes
O céu tocará o solo
O solo tocará o céu
Fecundos, atados... produzirão vida.

terça-feira, 29 de maio de 2012

GUERREIRO




Ó guerreiro germânico!
Bravo como um urso,
Lança teu olhar sobre mim
Galgue cada centímetro deste campo de batalha
De ouvido te havia escutado, mas agora meus olhos te veem
E o meu coração te sente...
Mostre o brilho de tua lâmina racional
E depare-se com meu escudo emocional
Uma batalha, uma dança...
Um sonho... Não há vencedores
Neste campo de batalha ora infértil
Neste momento fervilha de vida
O vento e as ondas estão sempre a favor de quem sabe navegar...
E nesta união de racionalidade e emoção
A batalha faz-se desnecessária
O vento açoita os campos e as ondas as muralhas de teu ser
A guerra torna-se dança, a lâmina torna-se luz
E contra a natureza não há resistência
A união racional/emocional faz-nos uno
E o único brilho restante... É o de teus olhos
Sobre campos vívidos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

DIVISÃO




Partir, repartir...
Repartir, tripartir
Do todo o nada
A navalha afiada
A alma lacera.
Partida, dividida
O todo o meio
1/4, 2/8 retalhos
Desorientada, perdida
Partida e dividida
À espera rompida
Em lâmina cingida
Afiada lacera a alma
Dilacerada em partes...

sexta-feira, 9 de março de 2012

...



Rasgue, rasgue com força
Teça em linhas disformes
Suas unhas afiam-se em minha carne
O sussurro, o gemido
Como ventre em contrações
o corpo estremece
Seus lábios, meus lábios
Nossos lábios....

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

DUALIDADE



O sol fere minha carne
A estrada é longa
Caminho desconhecido, preto e branco
Não há cores, mas há luz
Sozinho vago pelo mundo
Minha sombra única companheira
Ás vezes a leste outras a oeste
Como bailarina circunda-me
Reflexo de minha alma
Estampada em cinza e pó
Toque sem tato
A luz esvai-se
E na escuridão sou imortal
O reflexo antes uno
Com forças torna-se uníssono
Reverbero em tua alma
Sou tudo, toco tudo
Na escuridão não há individualidade
Completo sou todo, tudo
Apavorados não reagem e sou Deus
Meu reflexo toca outros reflexos
Inconscientes são devorados por meus desejos
Antes só, agora o todo
Divindade manifestada
A imagem de Deus consumada.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

SÍNDROME DE DEUS



Dois seres, um desejo
União de metades em um todo
Quanto disposto estás...?
Revenciarás a mim e eu a ti?
Para que hajas amor
Haverás de ter reverencias
Deuses de igual poder, não amam
Terás de ser hora Deus, hora semi Deus
Um jogo marcado...
Conversor e convertido
Duas faces, um mesmo objetivo
Quando fores Deus serei teu adorador
Quando fores adorador serei teu Deus
E nesse balé seremos Deuses e adoradores
O amor prevalecerá
Não haverá guerras
A paz reinará e os anos convergiram em séculos

sábado, 28 de janeiro de 2012

NÃO CONSIGO PARAR....




As palavras que de meu peito vertem

Atadas nessas páginas que nada sentem

O som delas perdido em vendavais

A tortura de tua ausência

Ave que partiu para um novo verão

Ave essa que sabe meu nome

E jamais voltará

Flores que jamais floresceram

Dias que como mágica ficaram perdidos

Invernos eternos em meu peito

Cingido pelo rio de lágrimas

Dormente cujo ferro é forjado

Ferro inerte, frio...