sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

GERME



A chuva cai lá fora
E o pensamento voa procurando você
A água que sacia a terra
Não acalma meu peito que anseia por ti
A presença de ti em mim
Nada mais é que saudade.
Saudade que anseia, que devora
Como a chuva que acalenta a terra
Sua presença acalenta meus olhos
Mesmo que por instantes, pequenos flashes 
E pego-me a pensar em ti e a desejar-te
Não como loucura, mas como semente,
Semente que germina ungida pela chuva
E que livre começa sua jornada...
 


P.S. -

ger·me
(latim germen, -inis, rebento, prole, fruto, origem)
substantivo masculino
1. Forma embrionária de um novo ser.
2. Parte da semente de que se forma a planta.

"germe", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/germe [consultado em 20-12-2013].

ger·me
(latim germen, -inis, rebento, prole, fruto, origem)
substantivo masculino
1. Forma embrionária de um novo ser.
2. Parte da semente de que se forma a planta.

"germe", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/germe [consultado em 20-12-2013].

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013



Nada é como antes
O som agora afônico destoa do peito
O grito contido, sem som emitido
O amargor da tristeza
A inércia do ser
Tudo é imóvel, imutável
O ciclo repete-se, e a dor infatigável dor
Projeta-se como suspiros mórbidos
Contidos, oprimidos dentro do peito
Que de sonho foram feitos
E por sonhos amargaram o desfeito.
Nada é simples, quando o coração grita afônico
O som que destoa da harmoniosa vida
O que dói é a alma fendida,
A lágrima não cultivada
A história esquecida.

sábado, 28 de setembro de 2013

PRESENTE


Algumas vezes o tempo diz...
Outras vezes cala-se
Assim é o tempo.
Tempo de amar, tempo de esperar e tempo de re-amar
Cabe as estações marcar o tempo
E essa primavera presenteou-me
Assim como as flores que renasceram
Trouxe-me também o teu sorriso
Que inundou meu ser e iluminou meu coração
Renascido do rigoroso inverno
Ele novamente desabrochou em amor
Amor que por ti findou-se um dia
E pelo menos amor renasce hoje.
O tempo é certeiro e sagaz
Implacável e verdadeiro
Amar-te é como renascer, brincar de inocência
Voltar a ser criança, viver de esperanças
Amo-te pelo tu és
Pelo que penso que és
E pelo simples fato de sorrir...
Amo-te...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

LIBERTAÇÃO


A mão trêmula a cintura guia-se
Empunha com força a trêmula mão
Pesada a espada,
Lentamente move-se de sua bainha
Levada a duras penas, ergue-se sobre a cabeça
Obelisco da liberdade
Forjada de aço e sangue
Desfere o golpe
Desce rápida e mortal
O peito em sacrifício, a lâmina fria
Aprofunda-se e pelo peito guia-se
Atinge a rocha, maciça, fria...
Cravando o aço na fera que dormia
Partida a rocha cede
O sangue verte 
A fera alada grita
E fendida parte para a liberdade.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

CATABASIS



A tempo espero-te
Não como um passageiro, não...
Tempo demais creio eu...
Tempo decorrido nessa imensa jornada
Profunda e adormecida jornada.
Consumindo a mim
Como a um ouroboro,
Círculo infinito de consumo e reconsumo
Espera contínua...
Adormecido já não sei sentir
A jornada paralisa e deixa inerte
Sentimentos estagnados influem a mim
E de mim não fluem a ninguém...
A jornada de espera, no peito como círculo
Dentro, fundo, cavando a escuridão, espero.
Dormente como a semente que germina no verão
Assim sou eu em pleno inverno, inferno
Espera que já hoje não se faz momento

Apenas eu em pleno tormento
Sem forças talvez para desabrochar,
Apenas lamento tua ausência.

terça-feira, 7 de maio de 2013

CÁLIDO



A lágrima que fende meu sorriso
Não circunda meu presente
Ferido o sorriso desabrocha cálido
Salgado, fendido, ainda assim sorriso
Ferido não pelo presente, mas sim...
A lágrima salobra, viscosa, acetosa.
A ferida fervilha nos lábios
E o sorriso fendido, reverbera o decorrido
Finda a fenda.
O sorriso renasce no olhar
A lágrima escorre esvaisse, cai
E o peito fende...

domingo, 31 de março de 2013

IMAGEM



Vejo tua imagem
Imagem fria, fotografia
Estático, inerte
Semblante doce, cerne
Foco de meu foco
Imagem contida
Sorriso simples
Ironia fictícia
Imagem lavrada, sulcada
Gravada na lente, na mente
Ironia do toque, sem toque

quinta-feira, 14 de março de 2013

FITAR



Não fitas o que não é teu
Fitas apenas o que é meu
Fitas além da limitação
Fitas tudo que habitas na imaginação
Fitas o desejo, a imensidão
Fitas o meu, o teu e o coração
Fitas o gato, o cão, a jaula da danação
Não fitas o que não é meu
Ainda fitas o que é teu?
O sonho, o algoz e a ilusão
Fitas a noite, a estrela e a escuridão
Repousa tua cabeça sobre meu colo
Fitas então a paz e o toque
Fitas o que é teu e o que é meu
Fitas eu, fito tu.

domingo, 10 de março de 2013

FALÁCIA


O sol, amarelo...
Quem sou eu?
O céu, azul...
O que eu sou?
O gato, branco...
A palavra perdida,
Falácia da vida.
No jarro transborda.
No peito alvejado,
O sulco fendido.
O sol, amarelo...
A falácia da alma,
O sangue vertido.
O que sou? Quem sou?
Menino adormecido.